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Retomada de projetos marcará 2010

No caso das empresas que atuam na fase inicial e intermediária das obras, fôlego virá ainda neste ano. TATIANA MORAES. Embora pouco afetada pelo desaquecimento econômico, a indústria da construção já respira aliviada. Após 12 meses de “cautela”, o fim da crise – anunciado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) na tarde de quinta-feira -, dará mais fôlego à cadeia produtiva do setor. No caso das empresas que atuam no período inicial e intermediário das obras, a previsão é de alta no faturamento ainda neste ano. Aquelas voltadas para a fase de acabamento e execução de projetos preveem melhora a partir de 2010. Superar a receita registrada pelo segmento em 2008 não será tarefa fácil para essas empresas. O período foi caracterizado pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (SINDUSCON-MG) como aquele em que a construção efetivamente consolidou seu processo de crescimento. No acumulado de janeiro a setembro de 2008, a indústria da construção civil em Minas cresceu 7,78%. Apesar de o índice ser quase três pontos percentuais menor do que o alcançado pela atividade no Brasil em igual período (10,2%), o resultado não significou recuo na série histórica do setor. Entre 2004 e 2007, o segmento evoluiu a uma taxa média de 6,6%, superando o desempenho nacional, de 4,5%. Apesar de concordar que não será fácil ultrapassar o faturamento de 2008, o proprietário da Indústria de Esquadrias de Alumínio Ltda (Iesa), Arnaldo Noronha Mendonça, estima encerrar o ano com produção total de 240 toneladas. O montante é cerca de 10% superior ao registrado no exercício passado. A alta é sustentada pela manutenção dos projetos fechados em 2007, além da assinatura de novos contratos com grandes construtoras. “Fornecemos para a Paranasa (Paranasa Engenharia Industrial e Comércio S/A), por exemplo, que possui grandes obras em andamento”, afirmou. De acordo com ele, a Iesa foi contratada pela construtora para fornecer esquadrias de alumínio para a obra da Unigal, da Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas), em Ipatinga, no Vale do Aço. Conforme afirmou Mendonça, 50% da produção da Iesa é voltada para o mercado corporativo. O restante é comercializado para o consumidor final. Para 2010, o empresário projeta um cenário ainda melhor. O motivo seria a retomada dos investimentos do setor privado. “As empresas que retardaram as obras irão voltar com ritmo total”, previu. Já prevendo um aumento da demanda pelos produtos – portas, janelas, guarda-corpos, entre outros -, Mendonça afirmou que irá dobrar a capacidade produtiva no próximo ano. Apesar de não ter informado o valor do aporte, ele comentou que a medida deve gerar pelo menos 50 novos empregos. Atualmente são 60. A mão de obra, inclusive, é um dos gargalos enfrentados pelo setor. Segundo o proprietário da Iesa, a dificuldade de encontrar pessoal qualificado tem aumentado ano após ano. “No nosso setor o empregado tem que aprender na prática. Há poucas pessoas com experiência no mercado. Isso significa que nós temos que treinar novos funcionários”, disse, ressaltando que o investimento em pessoal será elevado. Ferragens – No caso da Ag Ferragens, que recicla vergalhões para montagem de colunas, a dificuldade em expandir a produção está na matéria-prima. “Demanda não falta. Se tivéssemos 20 toneladas de vergalhões para transformar por mês, venderíamos tudo”, afirmou o proprietário, Márcio de Amaral. Mesmo assim, ele comentou que a produção no acumulado dos oito primeiros meses do ano foi 35% superior à verificada no mesmo período do ano anterior, ano em que a construção civil efetivamente consolidou seu processo de crescimento. No confronto dos exercícios o índice deve permanecer. O produto final é utilizado na estrutura das obras. Atualmente, cerca de três toneladas são derretidas por mês, média anual de 36 toneladas. Os vergalhões são comercializados em Minas Gerais e Brasília. Para 2010, o empresário não descartou a possibilidade de atuar em outras localidades.