Apesar da pandemia do Covid-19, o mercado imobiliário brasileiro sobreviveu e teve em 2021 resultados positivos e surpreendentes, levando em conta a crise sanitária.
“Fechamos 2021 como o melhor ano do mercado imobiliário no país, em plena pandemia. Foram mais de 942 mil transações imobiliárias com recursos da caderneta de poupança. Tivemos a sorte de ser considerado setor essencial; também tivemos poucas mortes por Covid no setor”, contabilizou Celso Petrucci, presidente da Comissão da Indústria Imobiliária CII/CBIC, que abriu o evento “Rodada de Negócios da CII | CBIC + Jornada da Inovação da Construção”.
Marcos Kahtalian, Diretor da Brain Inteligência Estratégica, confirmou a fala de Petrucci, apresentando os números de uma pesquisa fechada em setembro deste ano sobre os últimos 12 meses.
Entre os entrevistados, 60% das famílias compraram um imóvel no período. Por Tipo, o residencial como segunda moradia ou lazer representa a aquisição de 16%. Sobre o motivo da compra, 86% disseram ser para uso próprio ou como investimento.
Sobre e Dificuldades e Conflitos para a aquisição de um imóvel, 54% consideram o processo um pouco difícil, segundo Kahtalian.
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Marlon Machado, Superintendente Nacional de Operações de Habitação da Caixa, aposta na tecnologia para alavancar ainda mais o setor imobiliário. “A pandemia do Covid-19 marcou a nossa era. A referência agora é ‘antes ou pós-pandemia’. De positivo, a pandemia deixou pra gente o legado do avanço tecnológico. Pena que o financiamento imobiliário ainda não tenha avançado na velocidade que a gente queria”.
A boa notícia para o setor (Lei 14.382) será a criação do Sistema Eletrônico de Registro Público (Serp) até 31 de janeiro de 2023, e também a Assinatura Eletrônica, que poderá usar como base o GOV.BR. “A implantação dessas tecnologias só traz vantagens: reduz tempo de registro, dá posse mais rápida e, por consequência, o incorporador também recebe logo o dinheiro”, explicou Marlon. Outras tecnologias que podem ser aliadas do mercado imobiliário, na visão dele, são os Cloud Services, Blockchain, NFT e o Metaverso.
Otimista, Marlon ainda previu que o ano de 2022 será o melhor ano do mercado imobiliário para a Caixa, assim como para os parceiros da instituição.
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Guilherme Quandt, Diretor de Estratégia e Marketing da Sienge, falou sobre a integração da cadeia da construção, fundamental para alavancar a modernização da incorporação imobiliária.
Como exemplo, Guilherme citou a metodologia Lean, implantada na indústria automotiva, que entrega máxima qualidade, no menor tempo e com o mínimo de recursos. E questionou: “porque a indústria da construção não pode alcançar esse patamar!?”.
A falta de integração também custa mais caro. “A não integração do setor faz com que a 70% dos empreendedores da construção civil busquem produtos no varejo, o que custa mais e evidencia falta de organização. Em empresas que utilizam o Sienge, apenas 49% vão ao varejo”, disse Quandt.
Indústria Data Driven. Pelo Ecossistema Sieng trafegam dados referentes a R$ 48 mi em insumos por ano; dois milhões de notas fiscais/ano; R$ 350 bi em VGV; 10 mil obras ativas e 350 mil pessoas ativas em canteiros.
“O que vai mudar o jogo da cadeia é ela estar conectada por tecnologia. Nós construímos tecnologia para quem constrói o Brasil”, anunciou o Diretor de Estratégia e Marketing da Sieng.
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Fabio Garcez, CEO CV, palestrou sobre a integração digital da jornada imobiliária da pré-venda ao pós-obra. “No pós-venda imobiliário, 70% das empresas não têm cadastro atualizados de seus clientes; 94% não usaram tecnologia para monitorar o cliente, e isso não cabe mais. É preciso conhecer bem o cliente, entender as gerações, pra poder trabalhar pra eles desde a pré-venda até o pós-obra”.
E acrescentou: “a venda do imóvel começa com a assinatura do contrato”.
Garcez falou ainda sobre o crescimento do interesse imobiliário por parte das Gerações Y e Z (os digitais). “Sua incorporadora tem maturidade digital para atender esse público!?”, provocou.
O Construa Minas é uma realização do Sinduscon-MG e da CBIC, com apoio do Sebrae. Tem patrocínio (Diamante) da PAD, Fassa Bortolo (Patrocínio Ouro), Sicoob Imob.vc (Patrocínio Prata), Ferreira, Pinto, Cordeiro, Santos & Maia Advogados e Sienge CV (Patrocínio Bronze). E apoio institucional do Crea-MG, Fundação Dom Cabral, CMI/Secovi MG, Secovi SP, Prefeitura de Belo Horizonte e Governo de Minas.