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Saúde e Segurança na Construção Civil

Duas datas comemorativas marcaram a semana passada: domingo (28) foi o “Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho” e na quarta-feira (1º) foi comemorado o Dia Mundial do Trabalho. Essas duas ocasiões devem sempre ser lembradas. A última pelo “simples” fato da humanidade ter chegado onde chegou a partir do trabalho. A História nos conta que foi a partir dele que condições de vida em sociedade vêm sendo estruturadas. É ele, o trabalho, que traz dignidade ao Homem. Toda atividade laboral traz em si um componente de risco de doenças e de acidentes. Na Construção Civil esse risco é alto. Por isso, Saúde e Segurança nunca devem ser esquecidas e devem ser percebidas como investimento, e nunca como custo. Essa mentalidade já é uma realidade no setor, mas sabemos que o caminho ainda é longo para que ela alcance a excelência. Especialmente, porque o elevado nível de informalidade no segmento, que gira em torno de 60%, significa, sem sombras de dúvida, pouca preocupação com o tema. São nos canteiros de obras informais que acontecem a maioria dos acidentes e demais problemas nestas áreas. A Construção Civil, um dos setores que mais cresceu na última década no País, possui também características próprias que a diferenciam de outras atividades e que elevam seu potencial de risco. São projetos variados, de tamanhos e sistemas construtivos diferenciados, que dificultam o nivelamento das informações sobre saúde e segurança no trabalho (SST). A título de informação, a Indústria da Construção reúne aproximadamente 196 mil empresas formais no Brasil, sendo que 97,6% são micro e pequenas; em Minas Gerais são 31 mil empresas, sendo 98,3% micro e pequenas; e na Região Metropolitana de Belo Horizonte são nove mil empresas, sendo 96,4% micro e pequenas. Em todo o País, essas empresas empregam cerca de três milhões de pessoas com carteira assinada. Neste contexto, as entidades representativas do setor estão focadas em reduzir as incidências de problemas com SST por intermédio, principalmente, de ações preventivas. Uma dessas ações é o Programa Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho para a Indústria da Construção (PNSST IC), que é um programa de inovação tecnológica em SST criado especialmente para atender as demandas do setor, com foco nos acidentes fatais e incapacitantes. O programa visa ampliar o acesso de trabalhadores a informações sobre o assunto. Até 2014 esse programa vai investir R$ 18 milhões em iniciativas como treinamentos de gestores e trabalhadores, além de diagnóstico sobre o ambiente de trabalho nos canteiros de obras. Um resultado concreto do PNSST IC foi o lançamento, na segunda-feira passada (29), de uma série de 100 vídeos educativos sobre segurança no ambiente de trabalho no setor, promovido pelo Serviço Social da Indústria (Sesi) em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o Serviço Social da Indústria da Construção Civil (Seconci Brasil), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e os sindicatos do segmento. No material, trabalhadores e gestores de empresas encontram orientações sobre o uso de equipamentos de proteção individual, combate a choques elétricos, cuidados para o trabalho em altura, entre outras. Os vídeos auxiliam empresas em treinamentos sobre segurança nos canteiros de obras e, por poderem ser acessados livremente na internet (no Canal do Sesi no Youtube http://www.youtube.com/playlist?list=PL4_wpZsopCJJ-18x-Dl2hes_FW_UHaSDX), permitem que os operários e interessados se capacitem até em casa. Como se vê, iniciativas existem e demonstram a adoção de uma cultura prevencionista pelo setor. Mas os esforços não podem parar. Portanto, estimular a formalização dos trabalhadores, aumentar o nível de sua instrução, introduzir novas e modernas tecnologias construtivas são algumas das soluções que a Indústria da Construção deve efetivamente correr atrás para superar o desafio de tornar as empresas e as obras ambientes seguros e saudáveis. * Jorge Luiz Oliveira de Almeida é vice-presidente de Comunicação do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG).