Minha casa, minha Vida. Para fontes do setor de construção, preço mínimo de moradia deve ser de R$ 51 mil Queila Ariadne Assim como o Programa Residencial de Arrendamento (PAR), o novo pacote da habitação também oferece subsídios para a baixa renda, faz processo de seleção por faixa de renda e exige contrapartidas das prefeituras e do Estado para a construção das casas. Segundo fontes do mercado da construção e do setor imobiliário, é bom que as semelhanças parem por aí. Para eles, se o preço máximo do imóvel subsidiado for igual ao do PAR, que é de R$ 34 mil para Minas Gerais, não haverá projetos. “Não valerá a pena para as construtoras, pois o custo da obra é muito alto para o preço de venda”, destaca o diretor de Programas Habitacionais do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG), André Campos. O valor médio nacional é de R$ 40 mil, mas os tetos regionais só serão divulgados na próxima segunda-feira, pela Caixa Econômica. Pelos cálculos de Campos, para a construção ser viável, o imóvel para quem ganha até três salários mínimos tem que custar no mínimo R$ 47,5 mil. “Mas se forem exigidas contrapartidas de infraestrutura, energia solar e hidrômetro individualizado, aí tem que ser R$ 51 mil.” O vice-presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), José Carlos Martins, explica que foi essa defasagem de valores que impediu o PAR de decolar. “Tem R$ 2,4 bilhões parados no Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), porque as construtoras não apresentam projetos”, destaca Martins. O que já está pronto continua sendo entregue, mas, segundo Campos, não há novos projetos para o PAR em Minas há mais de dois anos. Prestação de acordo com a renda é principal diferença A principal semelhança entre o Programa de Arrendamento Residencial (PAR) e o pacote “Minha casaa, minha vida”, é o público-alvo: a baixa renda. Já a principal diferença é que o primeiro é um contrato de arrendamento com opção de compra do imóvel, o segundo já é compra direto. Segundo o vice-presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), José Carlos Martins, outra grande diferença está na forma de pagamento. “No PAR a prestação é de acordo com o valor do imóvel, já pelo pacote, será de acordo com a renda”, destaca. No caso do PAR, as prestações variam de 0,5% a 0,8% do valor do imóvel que, em Minas Gerais, não pode custar mais do que R$ 34 mil, segundo a Caixa Econômica Federal. (QA) Como funcionam os subsídios Até 3 salários (até R$ 1.395) A prestação é de no mínimo R$ 50, limitada a 10% da renda, prazo máximo de 10 anos. Exemplo: Quem ganha 3 salários, pagará R$ 139,50 ao mês, R$ 1.674 ao ano e R$ 16.740 em dez anos. O resto será pago pelo governo. Subsídio para 3 a 6 salários 3,1 salários: até R$ 17 mil 4 salários: até R$ 10 mil 5 salários: até R$ 3.000 6 salários: até R$ 2.000 Correção Juros variam de acordo com a renda + TR fonte: andré campos/sindunscon-MG