Nessa terça-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do País no terceiro trimestre de 2015. Com base nos dados disponíveis, a Assessoria Econômica do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG) analisou a conjuntura dando enfoque na Construção Civil que, assim como a economia nacional, registrou resultados negativos em todas as suas bases de comparação, confirmando as sérias dificuldades enfrentadas pelo setor.
Conforme demonstram os números divulgados pelo IBGE, de janeiro a setembro/15, em relação a iguais meses do ano anterior, o PIB do país recuou 3,2% enquanto a queda da construção foi bem mais expressiva: 8,4%. Esse foi o segundo pior resultado do setor para os primeiros nove meses do ano, desde o início da série histórica do PIB trimestral, em 1996. A comparação do terceiro trimestre de 2015 com o mesmo trimestre de 2014 revelou queda de 4,5% para a economia nacional e de 6,3% para a construção. Já o comparativo de julho a setembro de 2015, em relação aos três meses anteriores, demonstrou retração de 1,7% para o PIB Brasil e redução de 0,5% para a construção civil.
Esses números desalentadores refletem o cenário econômico nacional, caracterizado por inflação elevada e persistente, mercado de trabalho enfraquecido, piora da renda da população, aumento dos juros, que dificulta o acesso ao crédito, e forte crise de confiança. Eles demonstram o ambiente de desajuste da economia nacional, que, aliada a uma crise política, proporciona instabilidade e sufoca os investimentos, postergando a retomada da atividade econômica. Nos primeiros nove meses de 2015, em relação a iguais meses do ano passado, a Formação Bruta de Capital Fixo apresentou queda de inacreditáveis 12,7%.
O resultado é ainda mais crítico quando comparado o terceiro trimestre de 2015 em relação a igual período do ano anterior: -15%. O investimento no país está em queda há nove trimestres consecutivos, resultado difícil de ser compreendido para uma economia como a brasileira, que precisa construir as bases necessárias para o crescimento econômico.
“Num ambiente em que o desenvolvimento baseado na era dos três Cs (consumo, crédito e commodities) esgotou-se completamente, o investimento deveria estar a todo vapor, pois somente ele será capaz de impulsionar novamente o motor da economia. Mas, infelizmente, não é isso que se observa. O Brasil tem urgência de medidas que proporcionem a retomada dos investimentos. Caso contrário, a recuperação do crescimento continuará sendo postergada e o país continuará caminhando para trás”, analisa o coordenador do Sinduscon-MG, Daniel Furletti.