REPORTAGEM LOCAL. Transformar resíduos da construção em matéria-prima para novas obras: mais do que um exemplo de sustentabilidade, um ótimo negócio para a sociedade. Pensando nisso e de forma bastante simples, surgiu o “Banco de Terra, Banco de Entulho e Agregado Reciclado”, iniciativa, pioneira no país, do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (SINDUSCON-MG), por meio da sua Comissão de Meio Ambiente (CMA), em parceria com a Federação das Indústrias no Estado de Minas Gerais (Fiemg), através da Gerência de Meio Ambiente. Segundo o SINDUSCON-MG, trata-se de um serviço virtual, disponível no site www.bolsadereciclaveis.com.br, onde os interessados podem se cadastrar e anunciar suas ofertas ou efetuar a compra de terra, entulho e agregado reciclado (concretos e pré-moldados), bem como fazer doações ou a troca dos mesmos. A ideia nasceu da necessidade de aproximar ofertantes e demandantes (empresas e sociedade) que fazem aterro e desaterro, uma vez que, até então, não existia um mercado onde os interessados podiam recorrer para comprar a terra, serviço este, geralmente, feito no “boca a boca”. Segundo dados da Superintendência de Limpeza Urbana de Belo Horizonte (SLU/PBH), a construção civil é responsável por cerca de 34% dos resíduos sólidos encaminhados aos aterros. Em 2007, o total de entulho e terra recebidos/coletados pela SLU/PBH foi de 700,046 mil toneladas, sendo 46% de terra. Ou seja, 322 mil era terra pura e o restante, 54%, ou 378 mil toneladas, de entulho. A expectativa é que o projeto reduza custos nos canteiros e possibilite a destinação ambientalmente correta, diminua a emissão de gases em decorrência da otimização da destinação do resíduo e amplie a vida útil dos aterros.