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Sinduscon-MG divulga análise do CUB/m² de novembro

O Custo Unitário Básico de Construção (CUB/m² – projeto-padrão R8N) registrou alta de 0,20% em novembro em relação ao mês anterior. Essa variação foi justificada pelo incremento de 0,44% no custo com material de construção e na elevação de 3,53% na locação de equipamentos. Os demais componentes do CUB/m² (mão de obra e despesas administrativas) mantiveram-se estáveis.

Com esse resultado, o custo do metro quadrado de construção em Belo Horizonte, para o projeto-padrão R8-N (residência multifamiliar, padrão normal, com garagem, pilotis, oito pavimentos-tipo e três quartos) que, em outubro/15 era R$ 1.169,38, passou para R$ 1.171,71 em novembro. O CUB/m² é um importante indicador de custos do setor e acompanha a evolução do preço de material de construção, mão de obra, despesa administrativa e aluguel de equipamento. É calculado e divulgado mensalmente pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), de acordo com a Lei Federal  4.591/64 e com a Norma Técnica ABNT NBR 12721:2006 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Para o coordenador Sindical do Sinduscon-MG, economista Daniel Furletti, a redução das atividades da construção civil tem contribuído para uma menor variação nos preços dos materiais de construção resultando em uma variação menos intensa dos custos. “Assim como a economia nacional, o PIB da Construção Civil registrou, no terceiro trimestre de 2015, resultados negativos em todas as suas bases de comparação, confirmando as sérias dificuldades enfrentadas pelo setor”. 

Conforme demonstram os números divulgados pelo IBGE, de janeiro a setembro/15, em relação a iguais meses do ano anterior, o PIB do país recuou 3,2% enquanto a queda da construção foi bem mais expressiva: 8,4%. Esse foi o segundo pior resultado do setor para os primeiros nove meses do ano, desde o início da série histórica do PIB trimestral, em 1996. A comparação do terceiro trimestre de 2015 com o mesmo trimestre de 2014 revelou queda de 4,5% para a economia nacional e de 6,3% para a construção. Já o comparativo de julho a setembro de 2015, em relação aos três meses anteriores, demonstrou retração de 1,7% para o PIB Brasil  e redução de 0,5% para a construção civil. 

Esses números desalentadores refletem o cenário econômico nacional, caracterizado por inflação elevada e persistente, mercado de trabalho enfraquecido, piora da renda da população, aumento dos juros, que dificulta o acesso ao crédito, e forte crise de confiança. Eles demonstram o ambiente de desajuste da economia nacional, que, aliada a uma crise política, proporciona instabilidade e sufoca os investimentos, postergando a retomada da atividade econômica. Nos primeiros nove meses de 2015, em relação a iguais meses do ano passado, a Formação Bruta de Capital Fixo apresentou queda de inacreditáveis 12,7%. 

O resultado é ainda mais crítico quando comparado o terceiro trimestre de 2015 em relação a igual período do ano anterior: -15%. O investimento no país está em queda há nove trimestres consecutivos, resultado difícil de ser compreendido para uma economia como a brasileira, que precisa construir as bases necessárias para o crescimento econômico. “Num ambiente em que o desenvolvimento baseado na era dos três Cs (consumo, crédito e commodities) esgotou-se completamente, o investimento deveria estar a todo vapor, pois  somente ele será  capaz de impulsionar novamente o motor da economia. Mas, infelizmente, não é isso que se observa. O Brasil tem urgência de medidas que proporcionem a retomada dos investimentos. Caso contrário, a recuperação do crescimento continuará sendo postergada e o país continuará caminhando para trás”,  conforme avalia o coordenador do Sinduscon-MG.

Em novembro o custo com material de construção cresceu 0,44%. Do total dos insumos pesquisados, 57,69% ficaram com o seus preços constantes, como é o caso da areia, da brita, do bloco cerâmico, do bloco de concreto e de vários outros. Entre os materiais que apresentaram incremento em seus preços destacaram-se: locação de betoneira (+3,70%), emulsão asfáltica impermeabilizante (+3,12%), tinta látex PVA (+3,11%), cimento CP-32 (+2,22%) e registro de pressão cromado ½” (+1,40%). 

Resultado acumulado no período de janeiro a novembro/15: De janeiro a novembro/15, o CUB/m² acumulou alta de 5,26%. Nesse mesmo período, o custo com material de construção cresceu 3,61%, o custo com a mão de obra aumentou 6,74%, as despesas administrativas subiram 3,59% e o aluguel de equipamentos cresceu 16,81%. Alguns materiais se destacaram pela expressiva variação em seus preços, como a tinta látex PVA (+19,68%), a porta interna semi-oca para pintura (+17,33%), a locação de betoneira (+16,67%), a emulsão asfáltica impermeabilizante (+14,46%) e o bloco cerâmico (+11,11%). 

 

Acumulado nos últimos 12 meses (dezembro/14-novembro/15): Nos últimos 12 meses encerrados em novembro/15, o CUB/m² (projeto-padrão R8-N) registrou alta de 5,37%. Esse resultado refletiu aumentos nos seguintes custos: 3,86% no material de construção, 6,74% na mão de obra, 3,59% na despesa administrativa e 16,81% no aluguel de equipamento.   Neste período, os materiais que apresentaram maiores elevações em seus preços foram: tinta látex PVA (+22,68%), porta interna semi-oca para pintura (+17,33%), locação de betoneira (+16,67%), emulsão asfáltica impermeabilizante (+15,88%) e bloco cerâmico (+11,11%).

Resultado do CUB/m² desonerado

O CUB/m² desonerado aumentou 0,21% em novembro/15, acumulando alta de 5,15% no período de janeiro a novembro de 2015 e 5,26% nos últimos 12 meses (dezembro/14-novembro/15).

A metodologia de cálculo do CUB/m² e do CUB/m² desonerado é a mesma, ou seja, ambos seguem as determinações da Lei Federal 4.591/64 e da ABNT NBR 12.721:2006. A diferença encontra-se no percentual de encargos sociais incidentes sobre a mão de obra. No CUB/m² que não considera a desoneração da mão de obra, os encargos previdenciários e trabalhistas (incluindo os benefícios da Convenção Coletiva de Trabalho) totalizam 185,78%. Já no CUB/m² desonerado, os encargos previdenciários e trabalhistas (também incluindo os benefícios da Convenção Coletiva) somam 152,08%.