Nessa segunda-feira, a diretoria do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG) realizou entrevista coletiva para detalhar as razões que levaram a entidade a se retirar da IV Conferência Municipal de Política Urbana de Belo Horizonte. A decisão foi motivada pela forma pouco transparente com que a Prefeitura de Belo Horizonte estava conduzindo os trabalhos.
Na ocasião, o presidente do Sinduscon-MG, Luiz Fernando Pires, ressaltou que neste ano as propostas elaboradas pela Prefeitura são muito complexas, o que demandaria uma análise mais detalhada. Entretanto, o cronograma estabelecido pela Conferência impossibilitou que a inciativa privada, os técnicos e a sociedade civil tivessem tempo hábil para compreender as alterações e se posicionarem a respeito.
Também foi mencionada a falta de infraestrutura do local onde estão sendo realizados os encontros e a forma como o conteúdo foi apresentado, em projeções com letras muito pequenas que dificultam a leitura.
Outro questionamento foi quanto à liberação dos documentos acerca dos projetos. “No início não havia material adequado para os delegados se apropriarem do assunto. Somente no sábado passado [dia 26] foi apresentado o estoque de potencial construtivo”, afirmou o ex-presidente do Sinduscon-MG, Teodomiro Diniz Camargos.
Por isso, o vice-presidente da Área Imobiliária do Sinduscon-MG, Lucas Guerra Martins, reforçou a necessidade de ampliação do cronograma para que as decisões sejam tomadas de forma responsável e com o envolvimento e entendimento de toda a sociedade.
Desde o início, quando o cronograma para realização da Conferência em apenas dois meses foi colocado em votação no Conselho Municipal de Políticas Urbanas (Compur), ainda em 2013, o Sinduscon-MG se posicionou contra o prazo apertado.
Agora, diante das propostas estruturais elaboradas pela PBH, os setores técnico e popular também passaram a defender o prolongamento da Conferência.
De acordo com o diretor de Projetos do Sinduscon-MG, Renato Michel, representante da entidade no Compur, as mudanças vão abranger todo o zoneamento da cidade e ainda alterar o potencial construtivo dos terrenos para 1. Hoje o coeficiente de aproveitamento na capital varia entre 0,3 e 3. “A redução do coeficiente para 1 tem que ser discutida com a sociedade. É uma proposta que vai tornar o Executivo o maior proprietário de terras no município”, ponderou Renato Michel.
Por Bruno Carvalho