O termo sustentabilidade entrou para o vocabulário diário da sociedade para nunca mais sair. Ao contrário, com o passar do tempo, mais necessário ele se torna. Neste contexto, a indústria da construção nacional tem uma enorme responsabilidade: além de continuar contribuindo para o desenvolvimento do país, deve fazê-lo respeitando cada vez mais todos os aspectos que esse conceito implica: o ambiental, econômico e o social. Gradualmente, o setor tem procurado se ajustar aos conceitos de sustentabilidade e já se percebe uma evolução, mas ainda há muito a se fazer. Afinal, a adoção de variáveis como o ambiental e o social, por exemplo, na agenda de qualquer segmento não é fácil. É necessário, principalmente, uma mudança de cultura dos seus agentes no que se refere a práticas gerenciais, exige investimentos em inovação tecnológica, mudanças na legislação e na normalização, no relacionamento com os clientes e entre os elos da cadeia produtiva, dentre outros. Mas, para se alcançar a sustentabilidade, não bastam apenas mudanças nos meios de produção. Um novo foco nos padrões de consumo é também imprescindível. De certa forma, no nosso setor já vimos assistindo a isso, quando os consumidores começaram a optar por empreendimentos que contemplam menores agressões ao meio ambiente e melhor aproveitamento dos recursos naturais. E que bom que essa tendência venha se transformando em realidade. Se, por um lado, construções com as premissas da sustentabilidade são inicialmente mais onerosas – por exemplo, ao usar uma técnica de construção comprometida com a preservação do meio ambiente, poderá haver aumento de 5% no custo da obra, conforme estudos – elas alcançam um custo-benefício final muito interessante. Isto é, uma economia de até 25% em água e energia. Essa economia é possível com a adoção de medidas simples, como o melhor uso da iluminação e da ventilação naturais, a correta escolha do lugar, a reutilização da água e a instalação de fontes captadoras de energia, como painéis solares, dentre outros. É importante ressaltar que a inovação em processos e produtos impulsiona o setor a conquistar patamares cada vez altos de industrialização, contribuindo para o aumento da competitividade e da produtividade das empresas. É relevante também destacar que a sustentabilidade implica na adoção de modelos de gestão que privilegiem os recursos humanos, a segurança do trabalho, a qualificação profissional, as práticas de responsabilidade social. Enfim, que respeitem, ao mesmo tempo, a qualidade de vida das pessoas e a necessidade de se preservar os recursos naturais e o meio ambiente. Se, neste contexto, o setor ainda tem muito que aprender e fazer, não podemos deixar de enaltecer o que vem sendo feito. Localmente, o Sinduscon-MG tem conscientizado as empresas sobre a importância de se construir com sustentabilidade ambiental. Disponibiliza cartilhas que orientam os construtores na implantação de programas de gestão dos resíduos sólidos do setor, obtendo resultados fantásticos. Criou também o Banco de Terra, de Entulho e Agregado Reciclado, um serviço virtual onde os interessados negociam esses resíduos, dando uma destinação ambientalmente correta aos mesmos, reduzindo seus custos, com o objetivo de transforma-los em matéria-prima para novas obras. E, nacionalmente, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) está desenvolvendo um projeto de Construção Sustentável que contempla o que há de mais novo em uso no mundo, devidamente adequado à nossa realidade. * Jorge Luiz Oliveira de Almeida é diretor de Comunicação do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG).