Representantes do governo e empresários participaram de seminário para discutir propostas e soluções para que o segmento de seguros colabore com o desenvolvimento do mercado GISELLE ARAUJO ESPECIAL PARA O PAMPULHA Entre as diversas modalidades de seguro, os planos para cobertura de bens imóveis estão ganhando atenção especial dos setores público e privado. Apesar da crise financeira internacional, as perspectivas do mercado de seguro de crédito imobiliário no Brasil são otimistas. Este mês, representantes do governo e empresários participaram do seminário “O Seguro e o Desenvolvimento do Mercado Imobiliário”, discutindo propostas de soluções para que o segmento de seguros participe e colabore com a promoção de desenvolvimento do mercado de imóveis. O objetivo, de acordo com o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), Paulo Safady Simão, é construir um modelo brasileiro para garantir mais segurança às transações imobiliárias, melhorar a qualidade das obras e minimizar os riscos do processo construtivo. Seguro imobiliário é o tipo de plano elaborado para proteger um imóvel e os bens materiais nele contidos. Além de garantir o ressarcimento de prejuízos decorrentes de sinistros, o plano ajuda a reduzir a preocupação do proprietário com eventuais acidentes, sejam nas obras ou no imóvel pronto. “Esse mercado no Brasil é muito incipiente e complexo. A modalidade mais desenvolvida que temos é a de cobertura por morte e invalidez durante o financiamento, mas é obrigatória”, afirma o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), Paulo Safady Simão. De acordo com ele, o setor precisa aproveitar o momento e criar uma agenda positiva de seguros para o Brasil. “No momento, o Ministério da Fazenda e a Superintendência de Seguros Privados (Susep) estudam formas para reduzir os empréstimos e aumentar a segurança dos mutuários, bancos e construtoras, com a intenção de definir e regulamentar novas modalidades de seguro imobiliário para o país. A expectativa é de que, dessa forma, os bancos possam financiar entre 90% e 95% do valor dos imóveis”, ressalta. Entenda como funciona o seguro A consolidação desse cenário pode viabilizar a realização do sonho da casa própria para muitos brasileiros. Atualmente, o percentual de financiamento garantido pelas instituições financeiras é de 80% do valor do imóvel. Um dos maiores entraves para o comprador é o valor exigido como entrada na hora de adquirir um imóvel. Simão afirma que o mercado de seguros pode alavancar o setor, já que reduz riscos em momentos de crise. “Esse tipo de ferramenta vai permitir aos bancos transmitirem ao segmento segurador parte do risco de crédito dos financiamentos para construção ou compra de imóveis e ampliar o acesso das pessoas ao crédito”, completa Simão. Em geral, a apólice de seguro imobiliário é um contrato temporário, com prêmio proporcional às chances de ocorrer acidentes. Quanto maior o risco no imóvel, mais caro será o prêmio do seguro. Uma casa equipada com alarme contra incêndios ou localizada próximo ao Corpo de Bombeiros, por exemplo, terá o preço da apólice de seguro imobiliário menor. O plano de seguro, geralmente, exclui acidentes causados pela maioria das catástrofes naturais que podem afetar uma casa, sua estrutura e conteúdo, como enchentes, terremotos ou furacões. A dica é pesquisar bastante antes de fechar contrato com alguma seguradora. “É preciso estar atento para evitar a aquisição de um plano que não seja adequado às necessidades e à realidade de cada imóvel”, alerta a superintendente técnica da Sul-América Seguros e Previdência, Carolina de Molla. Ela explica que os seguros residenciais garantem a reposição do bem imóvel, tendo como objetivo cobrir prejuízos diretos, decorrentes de sinistros. “Alguns produtos ainda disponibilizam cobertura para roubo, dentro de condições e limites definidos.” (GA) Perda de renda e fiança locatícia Coberturas por morte e invalidez total são agregados ao plano no seguro prestamista. Carolina de Molla, da SulAmérica, informa que algumas companhias também oferecem a contratação da cobertura por perda de renda, que garante o pagamento de determinado número de parcelas. “Normalmente, a cobertura por perda de renda garante o pagamento de três parcelas até o limite definido em cada caso”, ressalta. Introduzido pela nova lei do inquilinato, em vigor desde 1991, o seguro fiança locatícia é uma das modalidades mais indicadas aos usuários do mercado de aluguéis, apesar da concentração da oferta do serviço em apenas uma seguradora, como aponta o presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis de Minas Gerais (Creci- MG), Paulo Tavares. “Em vez de fiador, o inquilino contrata a seguradora, que cobre os valores caso o pagamento do aluguel seja atrasado.” Ele enfatiza que o inquilino deve ficar atento ao prazo de renovação do seguro fiança, que é anual. Tavares afirma que a modalidade “só não decolou 100%” devido à morosidade da Justiça. “Esse seguro ainda é caro porque a concessão de uma liminar de ação de despejo demanda muito tempo. Se tivéssemos uma Justiça condizente com a situação do Brasil no cenário mundial, poderíamos ter outras companhias operando e modalidades de fiança mais eficazes. Nesse contexto, infelizmente, a maioria das pessoas ainda passa pelo constrangimento de ter que pedir a parentes ou amigos para ser o fiador.” (GA) CONFIRA AS MODALIDADES Condomínio Pode cobrir tanto as partes comuns como também cada um dos apartamentos ou casas do condomínio contra incêndio, raio e explosão, danos elétricos, vendaval, perda de aluguel, roubo de bens, cobertura de despesas fixas e danos a equipamentos. Residência Destinado a casas e apartamentos habituais e de veraneio. Cobre os elementos estruturais e paredes, móveis, utensílios domésticos e aparelhos eletrônicos, de uso exclusivo da residência e também a responsabilidade civil atribuída ao segurado Aluguel Garante ao locador o pagamento dos aluguéis e encargos vencidos e não pagos pelo inquilino. Riscos de engenharia Cobre riscos decorrentes de falha de engenharia nas suas diversas etapas. Existem várias modalidades, cada uma com explicitação dos riscos cobertos: instalação e montagem, obras civis em construção, quebra de máquinas (computadores e equipamentos de informática podem estar incluídos) etc.