Depois de um longo período de mercado reprimido devido a questões como a falta de crédito e segurança jurídica, o mercado imobiliário começou a reagir a partir de 2007 e em 2010 viveu o seu boom. Desde então, as construtoras e incorporadoras aumentaram o ritmo dos lançamentos e adequaram a oferta de apartamentos de acordo com as necessidades e com o perfil de cada segmento. Assim, os edifícios que começaram a serem construídos há três ou quatro anos estão ficando prontos agora, ampliando o leque de opções aos consumidores. Por isso, o momento se mostra ideal para quem deseja comprar a casa própria ou se mudar para um apartamento melhor. A maior oferta e variedade de imóveis é uma vantagem para o comprador, que pode estudar com tranquilidade as características de cada empreendimento, as suas necessidades e condições de pagamento. Outra vantagem é que, apesar do menor ritmo da economia brasileira, que vem afetando todos os setores produtivos, especialistas descartam uma queda dos preços de imóveis, principalmente os residenciais. Na verdade, em momentos de menor crescimento econômico, a compra de imóveis é comumente apontada com uma forma segura de investimento, visto que a transação configura uma aquisição de patrimônio com perspectivas de valorização a médio e longo prazo. Cabe ressaltar também que as bases que sustentam o mercado, como emprego e renda, ainda permanecem. O nível de desemprego no País segue em patamar baixo. Em abril, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa nacional foi de 4,9%. Já de acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), no ano passado, 87% dos reajustes salariais ficou acima da inflação de 5,56% medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), do IBGE. Outro ponto que favorece o comprador neste momento é a acessibilidade e disponibilidade de crédito. Hoje, as taxas de juros para financiamento imobiliário são muito menores que as outras modalidades disponíveis no mercado. De acordo com dados do Banco Central, em maio, a taxa de juros para compra de imóveis variou de 6,22% a 9,74% ao ano (a.a.) pelo Sistema Financeiro da Habitação. Ou seja, abaixo da taxa básica de juros (Selic) de 11% a.a. Já os números da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) mostram que, no mesmo mês de maio, a taxa de juros média praticada em financiamento de veículos foi de 23,87% a.a., enquanto os juros cobrados pelos bancos para empréstimo pessoal chegaram a 49,54% a.a. e os praticado pelo comércio a 71,94%. Ou seja, além da perspectiva de valorização do apartamento, o financiamento imobiliário é muito mais barato quando comprado a outros tipos crédito. Ainda no que se refere ao crédito, de acordo com a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), em abril, foram desembolsados R$ 9,17 bilhões para financiamentos imobiliários pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Esse foi o melhor resultado para o mês nos últimos 20 anos. Desses, R$ 6,35 bilhões foram para aquisição de 29,6 mil unidades. Em Minas, muitas cidades estão em expansão e unidades bem localizadas podem ser encontradas com um bom custo-benefício. Por outro lado, na capital Belo Horizonte, a escassez de terrenos deve sustentar a valorização. Portanto, diante dessa conjuntura, o mercado imobiliário atual é uma boa oportunidade para quem deseja investir ou comprar o imóvel para morar, pois não há perspectiva nenhuma de queda nos preços. Por isso destaco uma interpretação de um pensamento Platão: Coragem é saber o que não temer. * Jorge Luiz Oliveira de Almeida é vice-presidente de Comunicação do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG). Publicado em 22/06/2014 no jornal Estado de Minas – BH (Lugar Certo)