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Usiminas deve abafar alto-forno

Empresa estuda mercado de forma a adequar sua capacidade de produção à demanda. Rumores do mercado dão conta que redução da produção da Usiminas deverá ocorrer em dezembro próximo A Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas) decidiu antecipar em seis meses a manutenção do alto forno 2 da Usina Intendente Câmara, em Ipatinga (Vale do Aço). A manutenção estava inicialmente programada para junho de 2009 e agora está marcada para 5 de dezembro deste ano. Com a reprogramação, a siderúrgica diz que espera adequar a produção à demanda projetada. Durante a manutenção, a produção de ferro gusa deverá ser reduzida em cerca de 300 mil toneladas, ou perto de 3% da capacidade anual, informou a empresa em fato relevante. A companhia espera voltar a operar o forno até abril de 2009. Em nota divulgada pela Usiminas, a empresa informou que “continuamente estuda o mercado de forma a adequar sua capacidade de produção à demanda”. Além disso, fontes do mercado também afirmam que outro alto-forno poderá ser paralisado em dezembro deste ano. Em sua unidade no município de Ipatinga, no Vale do Aço, estão instalados três fornos, que produziram cerca de 4,3 milhões de toneladas em 2007. A Usiminas responde por 50% do mercado brasileiro de laminados planos. O presidente da Usiminas, Marco Antônio Castello Branco, já havia afirmado que a parada de manutenção do laminador de tiras quentes da usina em Ipatinga deverá ser adiantada. A paralisação estava prevista para o segundo semestre de 2009, mas deverá ser feita no primeiro semestre. Projetos – A Usiminas anunciou no início deste mês que os aportes previstos pela empresa serão feitos conforme o “comportamento do mercado” e que alguns prazos poderão ser prorrogados. A companhia possui um plano de investimentos da ordem de US$ 14,1 bilhões até 2012. Entre os principais projetos da siderúrgica está a construção de uma nova usina de placas em Santana do Paraíso (Vale do Aço). Na unidade serão investidos aproximadamente US$ 5,7 bilhões. O restante dos aportes serão feitos para ampliação da capacidade produtiva, mineração, modernização das plantas, redução de custos e preservação do meio ambiente. De acordo com a empresa 50% dos investimentos serão realizados através de recursos próprios. A outra metade dos recursos necessários será captada no mercado. A companhia já possui um empréstimo de US$ 550 milhões junto ao Japan Bank For International Cooperation (JBIC). Além disso, outros R$ 493 milhões foram captados no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). RAFAEL TOMAZ e AE Distribuidor de aço faz lobby para usinas Os distribuidores de aço, representados pelo Instituto Brasileiro de Distribuição de Aço (Inda), que estão fazendo o lobby político que deveria ser feito pelo Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS), vão pedir ao governo a imposição de uma alíquota de importação para a entrada do aço no mercado interno. Segundo o presidente da entidade, Christiano da Cunha Freire, a intenção é proteger o mercado do aço chinês porque o governo local suprimiu suas alíquotas de exportação. A medida chinesa começa a vigorar em dezembro. “Em outubro, as importações de aço no Brasil chegaram a 200 mil toneladas, bem acima da média de 100 mil toneladas mensais, mesmo sem o efeito China”, disse. Segundo ele, o consumo mensal de produtos planos acabados no Brasil é de 1 milhão de toneladas O avanço das importações é um reflexo da demanda mais fraca no mercado externo. O pleito do Inda será levado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior até sexta-feira próxima. Segundo Freire, a entidade pedirá uma alíquota de importação de 12% para laminados a quente e laminados a frio, usados na indústria automotiva e na linha branca. Atualmente, a alíquota é zero para estes itens. Proteção – Para se defender dos estoques chineses que ameaçam a indústria siderúrgica nacional a superintendente do IBS, Cátia Simões Coelho, sugere que o governo federl feche as portas para o produto asiático. “O governo tem que usar efetivamente a Lei de Defesa da Concorrência para proteger os empregos no mercado interno”, afirmou. Segundo a superintendente, uma retomada nas obras do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) é fator determinante para que o segmento de siderurgia volte a crescer. Além disso, Cátia Coelho acredita que em 2009 o mercado já vai estar funcionando com normalidade. “Estamos vivendo no Brasil um período de transição e readequação de estoques, mas que não passa de três meses”, disse a representante do IBS, mesmo com o maior parque siderúrgico do país, Minad Gerais, reduzindo a produção e sem estimativa favorável no médio prazo. Em desacordo com a tese da superintendente, o presidente do Sindicato da Indústria Mineral do Estado, o Sindiextra, José Fernando Coura, acredita que a crise financeira internacional vai afetar de forma mais profunda os negócios do setor minero-metalúrgico. “É como uma viagem de avião, quando a aeronave está estabilizada e a aeromoça começa a fazer o serviço de bordo. De repente o piloto avisa que as quatro turbinas não estão funcionando”, comparou. BRUNO PORTO e AE