Ao longo de 2013, os indicadores de desempenho do imobiliário em Belo Horizonte estão apresentando oscilações de um mês para o outro. Assim, depois de números desfavoráveis em julho, o segmento registrou alta acentuada em agosto. Nessa base de comparação, a quantidade de unidades vendidas subiu 71,93%, passando de 114 unidades para 196, e os lançamentos fecharam com elevação de 628,21%, ao saírem de 39 para 284 unidades.
O número de apartamentos ofertados também aumentou, passando de 1.887 para 1.940 unidades, alta de 2,81%. A Velocidade de Vendas variou positivamente no mesmo período, de 5,7% para 9,18%, um incremento de 3,48 pontos percentuais. As expressivas variações observadas em agosto são justificadas pela base de comparação fraca de julho.
Apesar dos números positivos, a conjuntura econômica nacional tem deixado o segmento alerta. A inflação alta e persistente, o crescimento baixo do Produto Interno Bruto (PIB) e a possibilidade de novas altas nos juros são alguns dos fatores têm feito com que as empresas invistam de forma cautelosa, mesmo diante de uma demanda consistente.
“O Histórico da pesquisa aponta que a oscilação do mercado é reflexo do comportamento da oferta e não da demanda. Nos meses em que houve a expansão dos lançamentos ocorreu desempenho positivo das vendas. Nos meses em que os lançamentos de apartamentos novos caíram, consequentemente, as vendas ficaram em um patamar menor”, diz o vice-presidente da Área Imobiliária do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Lucas Guerra Martins.
A volatilidade dos indicadores mês a mês sinaliza uma preocupação. “O setor aguarda para os próximos meses a retomada mais consistente do segmento imobiliário. A expansão do crédito é essencial para a melhoria dos indicadores. O aumento do teto para o uso do FGTS na compra do imóvel, que passou de R$500 mil para R$750 mil, é uma medida que deve incentivar as vendas, principalmente de apartamentos de padrão mais elevado”, complementa Lucas Martins.
Na comparação entre agosto de 2013 e o mesmo mês do ano passado, as vendas também foram melhores, subindo 7,1%, de 183 para 196 apartamentos, e a Velocidade de Vendas registrou alta de 0,94 ponto percentual, passando de 8,24% para 9,18%. Já os lançamentos apresentaram crescimento mais acentuado, 32,71%, de 214 para 284 unidades.
Em relação às faixas de preço dos apartamentos comercializados em agosto último, 101 unidades tinham preços entre R$ 100 mil e R$ 250 mil. O dado demonstra que permanece a demanda por apartamentos com valores menores. Outros 50 estavam na faixa entre R$ 250 mil e R$ 500 mil e 45 apartamentos custaram acima de R$ 500 mil. Em relação aos 284 lançamentos apurados no mesmo mês, 200 estava na faixa de preço entre R$ 100 mil e R$ 250 mil e 84 foram de unidades com valores acima de R$ 500 mil.
A Pesquisa
A pesquisa Construção e Comercialização de Imóveis é realizada mensalmente pelo Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis da Universidade Federal de Minas Gerais (Ipead/UFMG) e divulgada pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG). Os dados são levantados junto a um grupo de cerca de cem empresas de Construção em Belo Horizonte e é referente à comercialização de apartamentos novos.
Assessoria de Comunicação do Sinduscon-MG
Jornalistas: Néllie Branco e Bruno Carvalho