Os resultados do mercado imobiliário para as cidades de Belo Horizonte e Nova Lima foram mais animadores nos primeiros três meses do ano, de acordo com o Censo Imobiliário, estudo realizado pela Bureau de Inteligência Corporativa (Brain) e divulgado pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG).
No 1º trimestre de 2018 foram lançadas 570 novas unidades residenciais, o maior número dos últimos seis trimestres. Para entender a importância desse dado, basta considerar que os lançamentos ocorridos nos primeiros três meses de 2018 foram superiores ao primeiro e ao segundo semestres do ano passado.
As vendas também se destacaram. Foram comercializados 549 apartamentos novos no período de janeiro a março, o maior número dos últimos três trimestres. Deve-se destacar que o ano iniciou-se sob a perspectiva de um maior crescimento e consolidação do processo de recuperação da economia brasileira, com as projeções sinalizando incremento de 2,9% a 3% no PIB, inflação em patamares abaixo do centro da meta e taxa de juros em queda. Entretanto, o segundo trimestre está sendo mais conturbado com destaque para a greve dos caminhoneiros e seus reflexos, instabilidades e incertezas no cenário político e no mercado de câmbio, o que contribuiu para reduzir as estimativas de alta do PIB, que atualmente encontram-se abaixo de 2%. Desta forma, é necessário observar os resultados dos próximos meses para se verificar o impacto deste ambiente mais conturbado no mercado imobiliário.
Comparação do 1º trimestre de 2018 com o último trimestre de 2017 – O ambiente de melhor expectativa da economia brasileira nos primeiros três meses do ano refletiu nos resultados do mercado imobiliário e as vendas cresceram pelo segundo trimestre consecutivo, acima de 50%. No primeiro trimestre de 2018 foram vendidos 549 apartamentos, número 53,78% superior ao observado nos últimos três meses de 2017 e o maior dos últimos três trimestres.
Os lançamentos voltaram a acontecer, registrando incremento superior às vendas e alcançando o maior patamar dos últimos seis trimestres. De janeiro a março de 2018 foram lançadas 570 novas unidades, o que correspondeu a alta de 200% em relação ao trimestre imediatamente anterior, quando totalizaram 190 unidades. Com esse resultado o estoque disponível para comercialização voltou a superar a casa de 4 mil unidades e encerrou o mês de março em 4.017 unidades.
O preço médio por m² foi de R$8.022,00 em março de 2017, acumulando alta de 1,7% nos primeiros três meses do ano. Neste período, a inflação oficial do País, medida pelo IPCA/IBGE cresceu 0,70%. Portanto, observou-se incremento real dos preços dos apartamentos de cerca de 1%.
Em função do expressivo incremento dos lançamentos o estoque de unidades novas disponíveis para comercialização registrou incremento (0,53%) nesta base de comparação. A disponibilidade da oferta final, em relação à oferta inicial, alcançou no primeiro trimestre de 2018, 19,7%. Apesar deste número representar um incremento de 0,4 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, ainda é considerado um patamar muito baixo.
Comparação do 1º trimestre de 2018 com o primeiro trimestre de 2017 – Na comparação do primeiro trimestre de 2018 com igual período do ano passado observa-se queda nas vendas (25,51%), que passaram de 737 unidades de janeiro a março 2017 para 549 em iguais meses de 2018.
Já os lançamentos registraram incremento expressivo: 189,34% passando de 197 unidades (1º trimestre/17) para 570 unidades (1º trimestre/18). Mesmo considerando o expressivo incremento nos lançamentos o estoque de novas unidades disponíveis para comercialização reduziu, passando de 4.453 unidades em março/17 para 4.017 em igual mês de 2018.
“O destaque do primeiro trimestre de 2018, em qualquer base de comparação, foi o retorno dos lançamentos imobiliários. Entretanto, com a instabilidade do segundo trimestre no cenário político, no mercado de câmbio e na greve dos caminhoneiros que paralisou o País, aprofundando as incertezas e instabilidade, ainda é cedo para se afirmar que o incremento dos lançamentos se consolidará nos próximos meses’, segundo o vice-presidente da Área Imobiliária do Sinduscon-MG, José Francisco Cançado. O dirigente ainda faz ressalvas sobre a possível aprovação do novo Plano Diretor de Belo Horizonte e o impacto que ela pode causar ao desenvolvimento da construção e a geração de empregos no setor. “Questões como o coeficiente de aproveitamento(CA) dos terrenos, afastamento, altimetria, permeabilidade, cálculo das contrapartidas, custo do potencial adicional de construção e vagas de garagem, são alguns dos pontos que precisam ser melhor debatidos entre o poder público, o setor privado e a sociedade civil em busca de propostas que sejam viáveis para todos os envolvidos”, finaliza.