Texto será votado em 1° turno, mas não há data definida para apreciação Flávia Martins y Miguel O projeto de lei nº 1.579/07 da Câmara Municipal de Belo Horizonte, que trata da verticalização da Pampulha, entre outras medidas, ganhou novo fôlego rumo à votação em primeiro turno no plenário. Ontem, o vereador Autair Gomes (PSC), um dos autores do documento, entrou com o recurso no legislativo da Casa contra a rejeição assinada pelo vereador Hugo Thomé (PMN). “Esse projeto é muito impactante e problemático para a região. Fiz o estudo de todo o projeto e no relatório me posicionei contra”, afirmou Thomé, que foi o relator na Comissão de Meio Ambiente. Caso o recurso não tivesse sido protocolado até as 19h de ontem, o projeto seria arquivado. O legislativo da Câmara informou que, embora tenha sido registrado a entrada do recurso no setor, o documento teve que ser devolvido ao gabinete do vereador porque continha erros de digitação que precisariam ser corrigidos pela assessoria de Autair. Até as 18h40 de ontem, o recurso ainda não havia sido devolvido ao legislativo. O próximo passo do projeto, ainda sem previsão para acontecer, é a votação em plenário do recurso, ato que substitui a votação em 1º turno. Feito isso, pelo trâmite ele segue direto para a votação em 2º turno. “O mais interessante é a discussão que está sendo feita. Ela nos leva a ver os destinos que queremos dar a Belo Horizonte. A minha intenção quando participei do projeto foi, na verdade, provocar a cidade e a sociedade a discutir o que nós queremos”, disse Autair Gomes. Se depender do posicionamento de alguns vereadores, a proposta dos autores Wellington Magalhães (PRONA), Henrique Braga (PSDB) e Autair não deve ser aprovada pela casa. Silvinho Resende (PTN) é um dos poucos que ainda não se decidiram se apóiam ou rejeitam o projeto dos colegas. “Ainda não fiz o estudo detalhado do documento. Nos próximos dias vou ter minha opinião formada. Mas se ele não trouxer nada de novo que outros projetos já tentaram, minha tendência é ser contra”, afirmou Resende. A polêmica em torno do projeto diz respeito principalmente à possível descaracterização de uma região que é considerada um dos cartões postais da cidade. A possibilidade do entorno da lagoa da Pampulha receber prédios e lojas comerciais torna a proposta antipática para moradores da região. De acordo com Hugo Thomé, vários e-mails chegaram ao seu gabinete protestando contra o projeto. “Alguns prometem fazer um ato público contra a verticalização.”