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Financiamento bate recorde de 20 anos

Geórgea Choucair Empréstimos com recursos da caderneta de poupança chegam a R$ 2,27 bilhões E alcançam 22.069 unidades no mês passado O número de imóveis financiados pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) foi recorde em maio deste ano. Totalizou 22.069 unidades, o maior índice dos últimos 20 anos. É 35,6% acima do total financiado no mesmo mês de 2007, quando atingiu 16.273 unidades. O volume liberado em empréstimos imobiliários com recursos da poupança somou R$ 2,27 bilhões no mês passado, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). As 95.956 operações registradas com recursos da caderneta de poupança nos primeiros cinco meses de 2008 atingiram R$ 9,74 bilhões, superando em 75,9% as contratações do mesmo período do ano passado. As linhas de crédito mais flexíveis dos bancos, os prazos maiores e as taxas de juros mais baixas ajudaram a alavancar o crédito. “As condições oferecidas pelos bancos incluíram nova clientela nos financiamentos”, afirma José Pereira Gonçalves, superintendente geral da Abecip. Com os prazos mais longos de financiamento imobiliário, as famílias com rendimentos mais baixos, que antes eram excluídas das linhas de crédito, tiveram mais acesso à casa própria. Para financiar R$ 80 mil até 2002, por exemplo, as famílias precisavam ter rendimento entre 12 e 13 salários mínimos (R$ 4,98 e R$ 5,39 mil), prazo de pagamento de até 10 anos e juros de 12% ao ano. Hoje, para financiar o mesmo valor, há linhas com prazo de até 30 anos, com juros de 9% a 10% ao ano. Com isso, famílias com rendas a partir de 8 salários mínimos (R$ 3,32 mil) passaram a ter acesso ao crédito. “O valor que pode ser financiado também subiu. Antes, era no máximo 50% do total do bem. Hoje, já vai de 80% a 85%”, diz Gonçalves. Segundo ele, a expectativa é de que o crédito com recursos da caderneta de poupança deve continuar em alta, com média de R$ 2 bilhões ao mês. Os números da Abecip mostram a confiança dos agentes financeiros no mercado imobiliário, segundo Paulo Safady Simão, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção. “Os agentes estão acreditando no mercado e lançando produtos adequados ao bolso dos consumidores. E a tendência é que esse quadro melhore nos próximos meses e anos”, afirma Simão. No primeiro trimestre deste ano, o setor da construção civil registrou crescimento de 8,8% e foi um dos principais responsáveis para elevar os números do Produto Interno Bruto (PIB). O setor tem alavancado o aumento do emprego formal no Brasil. Segundo levantamento do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP) e da FGV Projetos, a construção civil contratou 152,4 mil novos trabalhadores em todo o país no primeiro quadrimestre de 2008. Na comparação com o total de trabalhadores registrados no final de dezembro de 2007, o aumento do nível de emprego em 2008 é de 8,3%. Em abril, foram empregados 38,6 mil novos funcionários, 2% acima do mês anterior, o que elevou o estoque de mão-de-obra da construção civil para 1,987 milhão. É o maior número desde 1995, quando o estudo teve a metodologia atualizada. Já nos últimos 12 meses encerrados em abril, a alta é de 16,6%. Preço para construir varia até 203% Antes de construir – ou fazer a reforma – da casa, o consumidor deve pesquisar bem os preços. A variação chega a 203,23% em Belo Horizonte. É o caso da tinta látex PVA, para uso interno e externo. O pote de 18 litros custa R$ 31 no depósito de Materiais de Construção Boa Vista e R$ 94 no Materiais de Construção Ducarlos. O levantamento foi feito entre os dias 9 e 12 de junho pelo site Mercado Mineiro, que pesquisa o varejo na capital. Os dados foram apurados em diversos depósitos de materiais de construção de BH. O site fez levantamento de preços dos produtos mais procurados pelos consumidores ao construir ou fazer reforma. As variações no pacote de 50 quilos de cimento chegaram a 14,84%. É o caso do cimento campeão (Eldorado) CPII32, que pode custar de R$ 15,50 (depósito Casa Branda) até R$ 17,80 (depósito Buritis). A argamassa Quartzolit teve variação de 39,13%. O pacote de 20kg pode custar de R$ 6,90 (depósito Ducarlos) até R$ 9,60 (depósito Buritis). “Alguns produtos pesquisados tinham marcas e qualidades diferentes. Mas o consumidor deve pesquisar, pois não significa que o desconhecido é produto pior”, afirma Feliciano Lopes de Abreu, diretor-executivo do site . Segundo ele, é importante que o consumidor planeje bem a obra, sempre com auxílio de um engenheiro civil, arquiteto e mestre, pois assim vai ter a informação da qualidade e quantidade de produtos a serem utilizados. “E os depósitos não costumam ter concorrentes na vizinhança. Por isso, é bom que o consumidor vá comprar sabendo do preço”, observa Abreu. O empresário Luiz Orestes da Silva acredita que o momento atual é bom para comprar imóvel tanto para a moradia quanto para investimento. Ele mora em um condomínio de casas no Bairro Cabral, em Contagem. Atualmente, paga financiamento de três apartamentos: um em condomínio no Bairro Ouro Preto, que vai ser entregue em dezembro de 2009, outro no Bairro Alto do Engenho, que vai ser entregue em abril de 2010 e ainda acaba de fechar o contrato de outra unidade no Bairro Ouro Preto. “Quitei o primeiro apartamento em dezembro de 2007, quando valia R$ 135 mil. Hoje o valor de mercado é de R$ 220 mil na planta. Valorizou muito”, afirma. Silva acredita que os jogos da Copa do Mundo no Brasil, em 2014, vão valorizar a região imobiliária da Pampulha. “O mercado está aquecido e o financiamento, facilitado. Compro todos os imóveis na planta e depois vendo com preços melhores”, diz. O grande desafio que as construtoras passam a enfrentar é a falta de mão-de-obra qualificada e a entrega da matéria-prima dentro do prazo contratado. A escassez – e a alta de preço – de insumos para a construção civil estão levando os engenheiros e empresas de menor porte de Belo Horizonte a adiantarem pedidos, estocarem produtos e encomendarem volume maior de mercadorias. No caso de alguns equipamentos, como andaimes, já tem casos de fila de espera para ter o produto.