Fonte: Assessoria Econômica do Sinduscon-MG
O Custo Unitário Básico de Construção (CUB/m² – projeto-padrão R8-N) registrou alta de 0,10% em março e ficou 0,03 ponto percentual abaixo do mês anterior, cuja variação foi de 0,13%. Dentre os componentes do CUB/m² observou-se, em março, alta somente no custo com material (+0,25%). Os custos com a mão de obra, com as despesas administrativas e com o aluguel de equipamentos permaneceram estáveis. No primeiro trimestre do ano o CUB/m² aumentou 0,76%.
O custo do metro quadrado de construção em Belo Horizonte, para o projeto-padrão R8-N (residência multifamiliar, padrão normal, com garagem, pilotis, oito pavimentos-tipo e três quartos) que em fevereiro/19 era R$1.419,20 passou para R$1.420,58 em março/19. O CUB/m² é um importante indicador de custos do setor e acompanha a evolução do preço do material de construção, da mão de obra, da despesa administrativa e do aluguel de equipamento. É calculado e divulgado mensalmente pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), de acordo com a Lei Federal 4.591/64 e com a Norma Técnica NBR 12721:2006 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Na composição do CUB/m² (projeto-padrão R8-N) a mão de obra representou, em março, 56,18% do custo total, os materiais de construção responderam por 39,71% e as despesas administrativas/aluguel de equipamentos foram responsáveis por 4,11%.
Em março os materiais que apresentaram aumentos em seus preços foram: areia (+3,33%), fio de cobre antichama (+2,33%), aço CA 50 10mm (+1,95%), bacia sanitária branca (+1,95%), tinta látex (+1,43%), e brita (+1,41%).
Apesar destes aumentos o economista e coordenador sindical do Sinduscon-MG , Daniel Furletti, destaca: “Os aumentos nos preços dos materiais de construção ainda estão acontecendo de forma pontual e não generalizada. Mas, mesmo assim, alguns insumos destacam-se por altas expressivas e, por isso, é importante acompanhar. Do total dos itens pesquisados 26,92% registraram elevação, 61,54% mantiveram seus preços e 11,54% registraram queda. Apesar da construção civil ter voltado a gerar vagas com carteira assinada, conforme demonstra os dados do CAGED/Ministério da Economia, o setor ainda está com um ritmo baixo de atividades. No primeiro bimestre de 2019, a construção civil foi responsável pela geração de 5.326 novas vagas com carteira assinada na Região Metropolitana de Belo Horizonte, sendo que o seu número de trabalhadores formais passou para 125.919 em fevereiro/2019. Entretanto, em fevereiro/2014, por exemplo, esse número era muito superior: 175.211.
Acumulado no primeiro trimestre de 2019 – Nos primeiros três meses do ano o CUB/m² (projeto-padrão R8N) registrou alta de 0,76%. Já o custo com material aumentou, neste período, 0,74% e o custo com a mão de obra cresceu 0,82%. Os custos com as despesas administrativas e com o aluguel de equipamentos ficaram estáveis. Os materiais que registraram as maiores elevações de preços neste período foram: areia (+6,90%), brita (+5,88%), aço CA 50 10mm (+4,87%), tubo de PVC rígido reforçado para esgoto – 150mm (+4,84%) e registro de pressão cromado (+3,37%).
Acumulado nos últimos 12 meses (abril/18 – março/19): Nos últimos 12 meses o CUB/m² (projeto-padrão R8-N) registrou alta de 6,09%, o que foi reflexo das seguintes variações: 5,38% no custo com material de construção, 7,03% no custo com a mão de obra, 0,20% nas despesas administrativas e 6,71% no aluguel de equipamentos. Os materiais que apresentaram as maiores elevações em seus preços nos últimos 12 meses foram: porta interna semi oca para pintura (+21,57%), emulsão asfáltica (+20,77%), aço CA 50 10mm (+19,71%), bacia sanitária branca com caixa acoplada (+18,62%) e tubo de ferro galvanizado com costura 2 ½” (+18,47%).
Evolução do CUB Global/ Material/ Mão de Obra – Projeto-padrão R8-N
Resultado do CUB/m² desonerado
O CUB/m² desonerado aumentou 0,10% em março/19, acumulando alta de 0,85% nos três primeiros meses do ano e 6,80% nos últimos 12 meses (abril/18- março/19).
A metodologia de cálculo do CUB/m² e do CUB/m² desonerado é a mesma, ou seja, ambos seguem as determinações da Lei Federal 4.591/64 e da ABNT NBR 12.721:2006. A diferença encontra-se no percentual de encargos sociais incidentes sobre a mão de obra. No CUB/m² que não considera a desoneração da mão de obra, os encargos previdenciários e trabalhistas (incluindo os benefícios da Convenção Coletiva de Trabalho) totalizam 189,03%. Já no CUB/m² desonerado, os encargos previdenciários e trabalhistas (também incluindo os benefícios da Convenção Coletiva) somam 158,82%.