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Hora da reforma urgente

Elemara Duarte Repórter Antes da chuva firmar, ainda dá tempo de fazer uma pequena reforma e evitar que a água e o mofo tomem conta do imóvel durante o Verão. O ideal, entretanto, é que os procedimentos mais complexos de reforma fossem realizados até setembro, no máximo, outubro, conforme explica o diretor da Área de Materiais e Tecnologia do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Cantídio Alvim Drumond. “Mas ninguém faz, e aí começam os problemas, que nem sempre podem ser corrigidos antes da estiagem”, alerta. Entre os cuidados, Drumond recomenda a vistoria dos ralos e calhas do telhado, que podem estar obstruídos com folhas, papéis, entre outros materiais. O síndico, os faxineiros ou o zelador do prédio podem fazer esta verificação que é simples. “Basta olhar se há algum material obstruindo a descida da água pluvial. Essa vistoria também é aconselhada nos terraços e coberturas. A água empoça na parte aberta por causa dos entupimentos e inunda o andar inferior. Isso é mais comum de acontecer do que se imagina”, informa. As caixas inferiores de coleta dessa água da chuva também têm que ser fiscalizadas. Nelas pode ter acúmulo de areia, terra e folhas”, exemplifica. Drumond diz que o que elas coletam pode ir para a rua ou para a rede subterrânea, separada da rede de esgoto, para não comprometê-la, em caso de maior volume de água das chuvas. Infiltração é outra problema que pode tirar o sono. Aquela sensação boa de ficar em casa, em um ambiente aconchegante enquanto a chuva cai do lado de fora, pode ser interrompida por uma goteira no teto ou por uma rachadura na parede, por onde a água escorre e entra e mesmo pelo chão, em casas construídas em terrenos baixos, próximos do lençol freático, ou em terrenos onde havia um brejo. Nesta ocorrência, a água mina embaixo da casa e deixa o chão úmido, o que compromete os pisos. O diretor sugere que nesses locais, antes de construir, seja feito um projeto de drenagem. As janelas podem deixar de enquadrar apenas uma vista bonita, se durante um temporal, a água passar de fora para dentro, por um pequeno buraco, do qual o rejunte da esquadria soltou. “A água pode infiltrar da janela do sétimo andar e sair no apartamento do sexto”, exemplifica Drumond. E mesmo depois da bonança é preciso tomar alguns cuidados. Abrir o imóvel para a ventilação evita que se formem bolores nas paredes. Se todo material de construção tem uma validade, com as tintas isso não é diferente. “O ideal é pintar a cada cinco anos, com tinta acrílica que suporta as intempéries”, aconselha. O diretor dá algumas dicas que permitem a identificação de problemas na fachada, como rachaduras e revestimentos que soltam. Por que a chuva não é a vilã? Por incrível que pareça, a chuva não é causadora de problema algum das fachadas. Ela pode acelerar alguns processos, mas não, necessariamente, iniciá-los, avalia a engenheira civil Fabiana Oliveira, da Consultare, em Belo Horizonte, especializada em revestimento de fachada e em laboratório de materiais. “Somos muito procurados nessa época. As pessoas pensam que os problemas vão ser resolvidos em um instante”, admira. Fabiana ensina que esses problemas têm mesmo que ser tratados fora da época de chuvas com manutenções preventivas, vistorias e ensaios técnicos da fachada. A manutenção parcial, para a engenheira, em alguns casos, é cabível, em outros, é preciso trocar tudo. Uma fissura na fachada pode ter os mais variados causadores, desde a estrutura do prédio até o reboco. Para ela, o revestimento de fachada, quando projetado e executado corretamente, tem que atender a alguns requisitos, como, estanqueidade (pouca drenagem e pouca absorção), conforto térmico e acústico, redução de umidade e condensação e durabilidade. Alguns indícios podem ser vistos a olho nu. “Fissuras, vedação de esquadrias, pontos falhos no rejunte, umidade aparente interna e externa, fora do período chuvoso são exemplos”, enumera. A infiltração também pode ser provocada por danos ou ausência de impermeabilização do imóvel. “Um simples furo de parafuso em um terraço para a fixação de um poste de iluminação pode ser o causador da infiltração. Esse diâmetro equivale ao de uma mangueirinha de filtro. Se ela ficar ligada, o filtro enche e transborda”, compara o professor universitário, especialista em impermeabilização, Firmino Siqueira, que desloca a situação do filtro de cozinha para algum cômodo do imóvel. Siqueira, proprietário da Impermeabilização Isolar, que atua com o serviço junto de obras industriais, comerciais e residenciais. “A impermeabilização é a forma mais simples de proteção da edificação contra a ação de diversos fluidos, incluindo a água”, resume ele. A impermeabilização pode ser feita com asfalto líquido ou em manta, por cima do cimento e embaixo da cerâmica. . No revestimento também há marcas que são alarme da reforma, como uma samambaia nascendo na parede ou no piso, sinal que a estrutura está em perigo. Outras são as trincas nos pisos e na base das paredes do terraço e pilotis. Ralos entupidos também comprometem a impermeabilização. Se o piso estufar é porque tem muita umidade entrando onde não deve Na Isolar, os moradores e proprietários, preocupados da última hora, também aumentam a visitas na empresa nos meses das águas: dezembro e janeiro. “Guardamos os nomes em um arquivo e, no estio, o departamento comercial entra em contato com essas pessoas com as propostas”, soluciona o especialista.